FURNAS inaugura primeiro túnel de vento do setor elétrico brasileiro

Publicado em:


O diretor de Engenharia de FURNAS, Cláudio Guilherme Branco da Motta, participou na manhã desta terça-feira (11/12) da inauguração do primeiro túnel de vento brasileiro dedicado a pesquisas no setor de energia elétrica e do Laboratório de Aerodinâmica da empresa. A estrutura ocupa as dependências da Gerência de Serviços e Suporte Tecnológico, em Aparecida de Goiânia (GO), e é resultado do programa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P&D+i) da companhia.

O projeto investiu cerca de R$ 5 milhões em aquisição de equipamentos, obras e capacitação de técnicos. Ele tem apoio da Financiadora de Inovação e Pesquisa (Finep) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Na tarde desta terça-feira, também nas instalações de FURNAS em Aparecida de Goiânia, ocorre o Workshop Energia Eólica – Ameaças e Oportunidades, que reúne acadêmicos e especialistas do segmento.

De acordo com Motta, o túnel de vento e o Laboratório de Aerodinâmica reafirmam o compromisso da empresa com a diversificação da matriz energética brasileira, bem como a prestação de serviços de excelência para a sociedade. "O empreendimento oferece segurança ao investidor para avaliar estruturas, equipamentos e solos para a construção de parques eólicos", afirmou.

Responsável pelo centro tecnológico de engenharia civil de FURNAS, o gerente de Serviços e Suporte Tecnológico da companhia, Renato Cabral Guimarães, destaca que a implantação do túnel de vento representa um avanço para a pesquisa e a tecnologia nacionais. "Hoje, os equipamentos que temos para geração eólica são quase todos importados. O que vamos desenvolver aqui é realmente a ciência para os nossos parques eólicos", declarou. "Vamos trazer os melhores materiais, verificar as melhores condições de vento, como é a fundação das torres e o comportamento do solo para avançar na geração de energia", completou.

Pesquisas - Nos próximos cinco anos, FURNAS investirá R$ 300 milhões em 55 projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P&D+i), com foco na geração de novos produtos e negócios em busca de diferencial competitivo para a empresa.

"O projeto do túnel de vento está alinhado com a estratégia de produzir inovações que tragam resultados para a companhia", afirmou o superintendente de Desenvolvimento de Novos Negócios de FURNAS, Luiz Eduardo Marques Moreira. Segundo ele, a tendência é o aumento da distância dos aerogeradores em relação ao solo, por meio de torres com mais de 120 m de altura. Isso faz com que a estabilidade e segurança dessas estruturas seja uma questão crucial para a eficiência dos empreendimentos.

Além do túnel de vento e do Laboratório de Aerodinâmica, outros projetos de P&D+i da empresa são geridos por profissionais do Centro Tecnológico de Engenharia Civil de Aparecida de Goiânia, construído em 1983. Esses estudos contribuem de forma relevante para estabelecer novos conceitos e instituir parâmetros de projetos, resultando em obras mais seguras e econômicas.

Segundo o superintendente de Empreendimentos de Geração, Rodrigo Junqueira Calixto, a inovação sempre fez parte do DNA de FURNAS e, especialmente, dos laboratórios tecnológicos instalados em Goiás. "A empresa, desde a construção de sua primeira usina, passou por grandes desafios e inovações", ressaltou.

Características – Com cerca de 27 metros de comprimento, o túnel de vento conta com três partes principais: coletor, onde o fluxo de ar entra e é estabilizado; câmara de ensaios, em que são realizados os experimentos; e difusor, onde o fluxo de ar é dispensado. O motor do ventilador é de 250 CV e 900 RPM.

O Laboratório de Aerodinâmica apoiará estudos de viabilidade, operação, pesquisas de otimização, planos de manutenção, repotencialização, descomissionamento de empreendimentos eólicos e investigações de ocorrências.

De acordo com Guimarães, um dos objetivos principais do projeto é estabelecer modelos para as estruturas que suportam os aerogeradores. O laboratório pode servir também para a avaliação de modelos de torres de transmissão de energia. O trabalho compreende a análise do comportamento das estruturas em campo, a modelagem computacional e as simulações no túnel de vento.

"Utilizaremos os dados de campo para fazer simulações, como, por exemplo, gerar um vento específico e verificar quais os esforços atuam nas torre", explica ele. "Com isso, podemos dimensionar melhor a sua fundação e testar a eficiência de seus materiais. Outro ponto importante é analisar a topografia e o relevo de um parque eólico e, por meio de modelos testados no túnel, verificar o melhor local para erguer as torres".

Expansão – Em 2014, FURNAS incluiu a energia eólica em seu portfólio, com a entrada em operação dos parques eólicos situados no litoral do Rio Grande do Norte: Rei dos Ventos I e III e Miassaba III, pertencentes à SPE Brasventos.

A empresa pretende aumentar em mil megawatts (MW) a participação da energia eólica em sua matriz energética. Para isso, vai investir R$ 5 bilhões, até 2022, na implantação de novos parques na região Nordeste.
 

Por: Leonardo Cunha