Empregabilidade de refugiados em pauta

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Crédito: Karen Costa
Refugiados se reúnem em FURNAS para trocar experiências sobre inserção no mercado de trabalho

A Gerência de Responsabilidade Sociocultural de FURNAS promoveu nesta quarta (26), no Escritório Central, o painel "O Refugiado e a Empregabilidade no Brasil". O encontro reuniu refugiados, a coordenadora do Setor de Integração Local do Programa de Atendimento a Refugiados e Solicitantes de Refúgios da Cáritas, Débora Marques Alves, e profissionais que atuam em prol da causa.

Para Claudia Tenório, assistente social de FURNAS, foi um momento para os refugiados compartilharem suas experiências referentes à inserção no mercado de trabalho e reafirmar a parceria da empresa com este grupo. A companhia oferece gratuitamente um curso de cuidador que forma mão de obra para atendimentos a crianças, idosos e pessoas com deficiência. Nos últimos anos, refugiados de diversos países participaram da iniciativa. FURNAS também já contratou imigrantes para trabalhar em eventos corporativos. 

A venezuelana Yennifer Rosalín, engenheira de formação, ingressou na equipe da Associação Carioca de Apoio à Mulher com Neoplasia e à Refugiada (AAMNR-RJ) em dezembro do ano passado após concluir o curso de cuidador. Ela também descobriu um novo talento e abriu um pequeno negócio dedicado ao artesanato. Adquiriu uma máquina industrial e outra de bordar, e vende capas de sofá, fronhas, panos de prato, aventais e bonecos de pano. "Agradeço a FURNAS por estar trabalhando como cuidadora. E ao Brasil por abrir suas portas", celebrou. 

Portas que também se abriram para Mariama Bah, do Gâmbia. Desde que desembarcou em terras brasileiras, há cinco anos, ela vem realizando seus sonhos. A cidadã do mundo, como se autointitula, está cursando faculdade de Relações Internacionais, abriu sua marca de moda africana, atuou em uma novela global e em um filme ao lado de Lázaro Ramos, com previsão de estreia para este semestre. 

De acordo com Débora Marques Alves, o Brasil é visto internacionalmente como um país muito acolhedor. Ela pondera, entretanto, que os refugiados se deparam aqui com dificuldades como o aprendizado do idioma, retirada de documentos, revalidação de diplomas e colocação profissional. "O caminho para vencer isso está na capacitação e na atitude de olhar para o refugiado com empatia. Temos que mostrar para as empresas o quanto são capazes. Contar com eles em seu quadro de empregados vai agregar valor às corporações", enfatizou . 

Dar visibilidade à mulher negra refugiada foi o que embasou a dissertação de mestrado de Rosane Pereira Marques, defendida na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Intitulado "A mulher congolesa em situação de refúgio no Rio de Janeiro", o trabalho é fruto de dois anos de pesquisa e mostra que, apesar de todo o contexto que envolve a temática, a esperança ainda faz parte do dia a dia das mulheres que se redescobrem e trazem a cultura de suas regiões para seus ofícios. O próximo passo de Rosane será sua pesquisa doutorado, com o tema "A mulher afro latina caribenha no mercado de trabalho".

As ações de FURNAS voltadas para a inclusão de refugiados na sociedade estão alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 1 (Erradicação da Pobreza), 3 (Saúde e Bem Estar) e 8 (Trabalho Decente e Crescimento Econômico).
 

Por: Eleonora Brazão