FURNAS reintroduz peixes ameaçados de extinção no rio Paraíba do Sul

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Crédito: Arquivo FURNAS


Uma equipe de biólogos de FURNAS realizou ontem (17/10) a soltura experimental de 80 peixes no rio Paraíba do Sul. A atividade ocorreu próximo à barragem da Usina de Anta, que faz parte do Aproveitamento Hidrelétrico de Simplício, em Sapucaia (RJ). Foram liberados peixes de quatro espécies, sendo três delas consideradas em risco de extinção. O objetivo é monitorar os padrões de deslocamento dos peixes na bacia do Paraíba do Sul. 

A iniciativa é promovida por FURNAS em parceria com o ICMBio (PAN Paraíba do Sul) e o Projeto Piabanha Centro Socioambiental. Além de 20 exemplares da própria piabanha, que se tornou rara na região há 50 anos, foram reintegrados ao rio a mesma quantidade de surubins do paraíba e grumatãs. Ambas as espécies não são mais encontradas na área de influência do empreendimento. Também foram liberados 20 curimbatás, importante espécie migradora. Todos os animais receberam um chip que permite seu monitoramento.

"Vamos acompanhar com a telemetria o comportamento das espécies durante as próximas duas piracemas. Ao longo da área de estudo, existem antenas com receptores próprios que identificam e armazenam a informação de cada peixe. Posteriormente, os dados serão analisados para buscar padrões de deslocamento", detalha o biólogo Felipe Manzano, da equipe de FURNAS.

Anta foi escolhida por contar com um Sistema de Transposição de Peixes (STP) do tipo escada, que conecta os ambientes a montante e a jusante da barragem. O STP permite a passagem de peixes para os trechos do rio mais propícios à reprodução.

"Por este motivo, é uma região ideal para se avaliar a movimentação e o comportamento dos animais. As espécies escolhidas são migradoras e apresentam risco de ameaça relevante. É importante fazer a soltura neste momento por ser o início do período de migração. É um estudo inédito na área de Anta, e raro no país. Esperamos enriquecer o conhecimento sobre o comportamento e deslocamento dessas espécies num ambiente natural", explica Cláudio Soares, também biólogo de FURNAS. 


Conscientização

Em paralelo ao estudo com os peixes, FURNAS também realiza trabalho de conscientização com quem vive na região sobre a atividade de marcação de exemplares nativos e das espécies em risco de extinção. A empresa fixa cartazes em lojas de pesca, mercados e lanchonetes, disponibilizando um número de telefone (11 945 107 115) para quem encontrar peixes com marcas do chip. Além de ser orientada a devolver o animal, a pessoa deve informar a numeração do chip e a localização da captura e uma estimativa de peso e tamanho do animal.
 

Por: Marcelo Tavela