FURNAS estuda espécie de ave ameaçada de extinção no Vale do Paraíba

Empresa mantém projeto de conservação do cuitelão

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Dia cinco de outubro é comemorado o Dia da Ave. A data foi criada em 1968 por sugestão da Associação de Preservação da Vida Selvagem e orientação de seu presidente, o observador de aves Johan Dalgas Frisch. De acordo com o Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos existem apenas no Brasil mais de 1.825 espécies de aves.

FURNAS realiza um importante trabalho de apoio a projetos que trabalham com a preservação de diversas espécies de aves, uma delas é o cuitelão. Após cinco dias de expedição realizada pela Waita - Instituto de Pesquisa e Conservação, instituição apoiada por FURNAS via edital socioambiental - na região do Vale do Paraíba, um grupo de biólogos encontrou indivíduos do cuitelão (Jacamaralcyon tridactyla), ave endêmica da Mata Atlântica ameaçada de extinção devido à destruição de seu habitat. A iniciativa faz parte do projeto "O que realmente importa na paisagem? Um estudo de seleção e manejo de habitat para persistência do cuitelão", selecionado pela empresa via Edital Socioambiental 2021.

Durante a expedição realizada, os biólogos acompanharam a busca em campo para identificar locais com ocorrência do pássaro. A equipe técnica, após capturar alguns indivíduos da espécie, instalou neles um radiotransmissor, de tecnologia avançada, o que traz resultados bem mais significativos para a ação. Assim, será permitido localizá-las e dizer o tamanho de área de vida do animal. Em seguida, o projeto inicia a análise do solo, da estrutura de vegetação e de algumas condições climáticas para verificar se elas interferem, ou não, na presença do cuitelão na região.
 

A ave cuitelão 


O biólogo de FURNAS Adriano Lagos conta que o projeto irá contribuir para uma melhor compreensão sobre as necessidades biológicas da ave. "A partir destes dados, serão realizadas atividades de manejo da paisagem com o objetivo de aumentar a área disponível para a fixação de territórios da espécie favorecendo sua reprodução e sobrevivência", explica Lagos.

Segundo Flávia Chaves, bióloga do Instituto Waita, o cuitelão, por ser uma ave que não chama a atenção pela cor da plumagem ou pelo canto, acaba muitas vezes passando despercebido. "Essa discrição associada com perda de áreas de floresta fez com que ele fosse classificado como ameaçado de extinção, sendo atualmente visto em poucos lugares. Esse desaparecimento me chamou a atenção, então busco com o projeto entender por que a ave desapareceu em locais com características de paisagem parecidas com as que onde hoje ela é encontrada", afirma Flávia.
 

O cuitelão sendo manejado pelo biólogo 


A ave, endêmica da Mata Atlântica, foi observada nos municípios de Sapucaia e Além Paraíba, na divisa dos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, região onde se encontra o Complexo Hidrelétrico de Simplício, de propriedade de FURNAS. O cuitelão ocorre na região do Vale do Paraíba e Sul da Bahia. O pássaro já não é mais visto no Espírito Santo, São Paulo e Paraná, onde ocorria anteriormente.

O gerente do Departamento de Responsabilidade Social Marca e Reputação (DRS.P), de FURNAS, Marcos Machado, relata que o Edital Socioambiental 2021 selecionou seis projetos para apoio a ações com foco em conservação da biodiversidade e engajamento e geração de benefícios para as comunidades no entorno dos empreendimentos. "FURNAS é uma empresa pioneira no setor elétrico no apoio a projetos que envolvem a conservação da biodiversidade brasileira. Temos mais de dez anos de experiência com o Edital Social. Nosso objetivo está sempre alinhado com redução de desigualdades, geração de emprego e renda, claro, a conservação da biodiversidade", ressalta. 


Oficinas de plantio de mudas 

Na segunda fase do projeto, FURNAS e Waita irão mobilizar crianças e adultos residentes na região do Complexo Hidrelétrico de Simplício para participar de oficinas de plantio de mudas de árvores que foram identificadas pela equipe em campo. O objetivo é a inserção de espécies que são utilizadas pelo cuitelão como poleiros de descanso, além de um local com facilidade para que ela consiga capturar seu alimento.


Iniciativas do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU)

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são uma agenda mundial adotada durante a reunião das Nações Unidas em 2015, composta por 17 objetivos e 169 metas a serem atingidas até 2030. Entre elas estão ações contra a mudança global do clima, proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, entre outras. Desde então, FURNAS é signatária dos princípios do pacto global do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).  A empresa apoia os projetos alinhados com os ODS e a nova agenda 2030 da ONU com 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

O projeto de conservação do cuitelão atende aos ODS 4 (Educação de qualidade) 13 (Ação contra a mudança climática) e ODS 15 (Vida terrestre).


ODS 4 - Educação de qualidade

Oficinas feitas com os alunos de escolas da região

A atuação em conjunto com escolas promove um aprendizado dinâmico sobre as aves, o meio ambiente. A interação com as plantas e aves fortalece a experiência, promovendo uma educação de qualidade para a população nos municípios de atuação do projeto. 


ODS 13 – Ação contra a mudança global do clima:

Manejo de habitat

A recuperação de áreas com o plantio de espécies vegetais contribui para a recuperação da vegetação melhorando a qualidade e clima da região, promovendo a minimização dos efeitos das mudanças climáticas. 

ODS 15 – Vida Terrestre

Ações de ampliação da área florestada

A ação é propícia para o cuitelão, pois reverte a degradação da terra utilizada por essa ave para a construção de seu ninho (feito em barranco), protegendo a terra, revertendo a degradação e detendo a perda de biodiversidade.

A ave, que vive aos pares ou em grupos de poucos indivíduos no alto das árvores, é diurna e se alimenta de invertebrados (borboletas, libélulas). As datas das oficinas serão divulgadas em breve.
 

Por: Gisele Alves