FURNAS transmitiu 8,3 milhões de MWh gerados por Itaipu em 40 dias

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Crédito: Arquivo FURNAS
Linhas de transmissão de FURNAS transportam a energia de Itaipu por cerca de 900 km


O aumento do consumo de energia no verão fez com que a Usina Hidrelétrica de Itaipu superasse, nos primeiros 40 dias de 2019, a marca de 10 milhões de MWh. Desse total, pouco mais de 8,3 milhões de MWh destinados a consumidores brasileiros passaram por instalações de FURNAS.

Para se ter uma ideia, das 7.399 plantas de energia existentes no Brasil, apenas seis (cinco hidrelétricas e uma termelétrica) conseguiram gerar mais que 10 milhões de MWh em 2018: Tucuruí (31 milhões MWh), Belo Monte (18,4 milhões MWh), Santo Antônio (17,5 milhões MWh), Jirau (16,7 milhões MWh), Ilha Solteira (12,7 milhões MWh) e Angra 2 (10,7 milhões MWh). Itaipu é responsável por aproximadamente 15% do abastecimento de energia no Brasil e 90% no Paraguai.

O Sistema de Transmissão de Itaipu, operado e mantido por FURNAS, conta com cinco linhas que cruzam aproximadamente 900 km entre os estados do Paraná e São Paulo. São três circuitos em corrente alternada (765 kV) e dois em corrente contínua (± 600 kV).

Na Subestação de Foz do Iguaçu (PR), FURNAS recebe a produção da maior parte das 20 unidades geradoras de Itaipu, cada uma com capacidade de 700 MW. Metade das turbinas tem frequência de 60 Hz, enquanto o restante opera em 50 Hz para atender ao sistema elétrico paraguaio.

Foi esta peculiaridade que resultou na concepção de um sistema de transmissão híbrido. A energia comprada do Paraguai em 50 Hz é transformada e retificada para corrente contínua e transmitida por dois circuitos (bipolos) até a Subestação de Ibiúna (SP), onde é reconvertida para corrente alternada e 60 Hz. Este foi o primeiro empreendimento nacional a utilizar a tecnologia de corrente contínua.

Já a carga gerada em 60 Hz segue, a partir da Subestação de Foz do Iguaçu, por três circuitos de corrente alternada. Entre Foz do Iguaçu e a subestação terminal Tijuco Preto (SP), as linhas passam pelas subestações de Ivaiporã (PR) e Itaberá (SP).

O sistema chama a atenção por sua estrutura e pela singularidade de alguns equipamentos. As quadriválvulas dos conversores CA/CC presentes em Foz do Iguaçu e Ibiúna têm até 14m de altura (o equivalente a um prédio de quatro andares). Os números também impressionam quando o foco passa às linhas de transmissão. Somados, os cinco circuitos são sustentados por mais de 9 mil torres.
 

Por: Leonardo Cunha